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Sessão Comemorativa dos 10 anos de Terapias Não Farmacológicas | Semana Europeia de Luta Contra a Dor Julho2016 INFO

farmacológicas; os motivos apresentados para justifcar psicológico. Sobretudo na área da dor oncológica, esta
esta decisão são: 1) a necessidade de melhorar a condi- orientação parece-nos particularmente importante, já
ção física e/ou psicológica; 2) a perceção de reforço da que a combinação de terapias farmacológicas e não far-
esperança após recurso a terapias não farmacológicas; macológicas parece ser a estratégia que oferece maior
3) um melhor controlo de sintomas negativos, nomea- garantia de controlo da dor, redução do sofrimento psi-
damente dor; 4) crença na possibilidade de alteração cológico e promoção da qualidade de vida de doentes e
do curso da doença. No caso particular dos doentes seus familiares… para recuperar a segurança perdida!”.
com dor, os mitos associados aos opióides parecem ter
um papel particularmente importante na decisão de
recorrer a terapias não farmacológicas. Finalmente, o enfermeiro Sérgio Santiago encerrou
as comemorações dos 10 anos, com um momento
Curioso referir que doentes jovens, de nível socioe- de retrospeção evolutiva do grupo.
conómico mais alto, tendem a recorrer a terapias de
reconhecido valor científco e com orientação médica. “O ano de 2015 veio permitir ao grupo de terapias não
Pelo contrário, doentes de idade mais avançada e de farmacológicas festejar os seus 10 anos de existência.
nível socioeconómico mais frágil tendem a recorrer a
terapias de valor científco ainda não provado e sem Desde 2005, que o grupo tem vindo a desenvolver e a
conhecimento do médico assistente. Verifcamos, ain- aperfeiçoar cuidados de enfermagem que integram um
da, que o recurso a este tipo de terapias acontece em leque de terapias não farmacológicas, que atualmente
todas as fases da doença, e de modo complementar são oferecidas aos doentes com dor cronica oncológica
às intervenções médicas clássicas. não controlada.

A literatura existente confrma as vantagens das tera- Funcionam dois dias por semana (terças e quartas-feiras)
pias não farmacológicas, nomeadamente a perceção das 8-16h oferecendo cuidados de enfermagem autóno-
de doentes e familiares de melhoria física e psicológi- mos que integram técnicas de: massagem terapêutica,
ca, o reforço do espírito combativo, perceção de maior refexologia, reiki, aplicação de calor e/ou frio, relaxamen-
respeito pela díade corpo-mente e aumento da adesão tos diversos, técnicas de escuta ativa e estabelecimento
ao plano terapêutico. A mesma literatura também nos de relações empáticas.
alerta para potenciais riscos associados às terapias
não farmacológicas, nomeadamente em intervenções Foram desenvolvidas 4106 sessões de terapias, duran-
cujos mecanismos de atuação e o real benefício não te estes 10 anos (2005-2015), cujos resultados têm
estejam devidamente estudados e comprovados. Nes- vindo a ser evidenciados em trabalhos de investigação
tes casos, podemos assistir a fenómenos de interação desenvolvidos pela equipa. A redução da intensidade
negativa com as terapias farmacológicas em curso, álgica e a obtenção de bem-estar são duas das variá-
ao empobrecimento da comunicação médico-doente- veis que têm vindo a ser analisadas e monitorizadas,
família, a expectativas frustradas e a elevados custos ao longo destes 10 anos.
económicos sem o retorno esperado.
O reconhecimento do impacto destas terapias na im-
Reconhecendo a realidade atual, bem como as vanta- periosa exigência de adequar e adotar estratégias ef-
gens e desvantagens das terapias não farmacológicas, cazes na gestão de dor oncológica, tem incentivado
consideramos que os profssionais de saúde podem de- estes profssionais a dedicarem-se e procurarem evo-
sempenhar um papel importante, aconselhando os doen- luir numa incessante busca de melhoria de cuidados
tes e as famílias acerca das terapias não farmacológicas de enfermagem ao doente oncológico, recorrendo à
que oferecem garantias de real benefício físico e/ou complementaridade de cuidados”.

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