Page 8 - INFO Julho 2016
P. 8

INFO Julho2016 Sessão Comemorativa dos 10 anos de Terapias Não Farmacológicas | Semana Europeia de Luta Contra a Dor





















Indiana utiliza a yoga e a meditação. A homeopatia ba- Em conclusão necessitamos de mais estudos multi-
seia-se no princípio que o parecido cura o semelhante e cêntricos para melhor esclarecimento do uso destas
recorre ao uso de plantas, animais e minerais. Na natu- terapêuticas nos nossos doentes. São fundamentais
ropatia acredita-se na auto cura do corpo, através do uso estudos sobre a qualidade de vida nestes doentes e os
de ervas, a nutrição, o movimento e manipulação do cor- benefícios ou não destas terapias. Necessitamos de me-
po. Por último, a quiroprática baseia-se no facto de que lhor divulgação e de esclarecimento aos doentes e aos
o sistema nervoso controla e regula todas as funções profssionais de saúde das várias técnicas e teorias.
do organismo e de que qualquer interferência com essa
função altera a capacidade do organismo de se reesta- É de maior importância e até, de certo modo urgente, a
belecer e funcionar corretamente. A função adequada integração e o reconhecimento da Medicina Alternativa
da coluna vertebral é essencial para a saúde ideal. e Complementar nos sistemas de saúde, nos hospitais
e da criação de serviços especializados e dedicados a
As terapêuticas alternativas que para muitos são consi- esta vertente no tratamento dos nossos doentes.”
deradas questionáveis, são a hipnose, técnicas de relaxa-
mento, musicoterapia, aromoterapia e a massagem.
O terceiro momento das apresentações foi uma co-
Terapêuticas complementares consideradas úteis por municação da Dra. Piedade Leão que abordou o tema
muitos autores são, as curas dietéticas e vitamínicas “Terapias não farmacológicas: à procura da segurança
(macrobiótica, detox e doses altas de vitaminas), as tera- perdida”.
pias energéticas (toque terapêutico, campos bioelectro-
magnéticos) e tratamentos biológicos nomeadamente “O reconhecimento da importância dos fatores psicos-
as terapias imunoestimuladoras, células dendríticas, sociais na evolução da doença, e na gestão dos sinto-
terapia bioressonância, oxigenioterapia, ozono, doses mas, tem motivado o crescente interesse pelas terapias
altas de insulina etc. não farmacológicas.

Poucos são os estudos nestas áreas no que diz respei- A literatura confrma a relevância dos impactos psico-
to ao doente oncológico cirúrgico. Considera-se de refe- lógicos da doença no doente e na família; sentimentos
rência dois estudos publicados no Canadian Journal of de medo, insegurança, ansiedade, tristeza, revolta, de-
surgery em 2009 – Complementary and alternative me- sesperança, são muito frequentes e causa importante
dicine use among general, hepatobiliary surgery and sur- de perda de qualidade de vida. Estes impactos psicoló-
gical oncology patients, do Colin Schieman et al e outro gicos, e o próprio sofrimento físico, levam os doentes
estudo publicado nos Annals of the Royal College of sur- e as famílias a ponderarem terapias complementares
geons em 2008 – Use of complementary and alternative que lhes permitam sentimentos de maior segurança e
medicine by patients admitted to a surgical unit in Sco- alívio de sintomas …à procura da segurança perdida!
tland, do Muhammad Shakeel et al. Ambos analisaram
um grupo razoavelmente grande de doentes, cerca de A área das terapias não farmacológicas é ampla, va-
400, o tipo de doença (maligna vs benigna) e a resecabi- riando entre as intervenções clássicas e já bastante es-
lidade da mesma. O que se verifcou é que cerca de 27% tudadas (por exemplo, psicoterapia, aconselhamento,
dos doentes recorriam a alguma forma de medicina al- hipnose, acupunctura) até novas formas de interven-
ternativa e complementar. Era mais frequente, 34% nos ção que começam a ser usadas com maior frequência
doentes oncológicos versus 21% nos doentes com pato- e investigadas com maior rigor científco (por exemplo,
logias benignas. 20% dos doentes utilizavam mais que reiki, musicoterapia, aromaterapia).
uma medicina alternativa e complementar. Verifcou-se
curiosamente que não dependia do estádio da doença e A experiência prática, e a investigação, revelam-nos
o uso de suplementos e ervas era o mais frequente. que cada vez mais doentes recorrem às terapias não







8
   3   4   5   6   7   8   9   10   11   12   13